” Maçonaria”
“Então se assentaram com ele na terra, sete dias e sete noites. Nenhum lhe disse palavra alguma, pois viram que a dor era muito grande; Jó 2:13 – em silêncio podemos mostrar respeito à Deus”
A BÍBLIA
A Bíblia Sagrada reina no Altar dos Juramentos – mesmo que os Trabalhos ainda não tenham sido iniciados; mesmo assim, Ela é absoluta, pois sua presença ali alude à observância de que algo maior está envolvendo aquele Altar. Logo que for aberta a Bíblia Sagrada, “uma Grande Luz Irradiará em todo o Templo”, que efetivamente todos participantes dessa Assembléia terão o seu lado espiritual impregnado com importante facho de Luz “essa Luz retificada que robustece a nossa fé”, e que nos leva ao mais alto plano espiritual onde está edificado o mais sublime de todos os Templos.
Abertura da Bíblia no Rito Escocês:
A Maçonaria embora não seja uma Ordem não religiosa e embora não mantenha discriminação religiosa, apresenta em suas práticas ritualísticas muitos resquícios do teísmo especulativo encontrado nas associações formadoras da Maçonaria de ofício; (os “collegiati”, os “magistri comacini,” as associações monásticas, as confrarias leigas, as “guildas,” e os franc-maçons).
Como todas as associações floresceram nas Igrejas medievais, ou à sombra dela, explica-se o caráter teísta (embora atenuando), imprimido à moderna Maçonaria.
Uma das práticas relativas a esse teísmo é a presença da Bíblia sobre o Altar dos Juramentos, admitindo-se, todavia, outros livros considerados sagrados para outras religiões (o Corão para os islamistas, o Zend-Avesta para os hinduístas, etc.); para os judeus, o livro sagrado é a Torá, que engloba os cinco primeiros livros bíblicos ( Pentateuco), ou seja: Gênesis, Êxodo, Números, Levíticos e Deuteronômio. (Em Santa Bárbara do Oeste – SP. a Loja Maçônica Lealdade e Harmonia Barbarense, Nº 521 admite em seu Altar a Bíblia, o Corão e a Torá).
A exigência da presença da Bíblia sobre o Altar dos Juramentos partiu da Grande Loja Unida da Inglaterra ( fusão da Grande Loja de Londres com a Grande Loja de York em 1813), que adotando o ritual dos “Antigos” de York (rito de York) preconiza a simples presença da Bíblia, não sendo necessária a sua abertura em locais definidos.
Nos demais ritos teístas tais como o Rito Escocês, Schroeder, Adoniramita, etc.; todavia, o chamado L:. da L:. deve ser aberto num lugar apropriado, de acordo com o grau em que funciona a Oficina.
O R:.E:.A:.A:., nascido na França, por séquito dos Stuarts, que lá se refugiaram após a revolta liderada por Oliver Cromwell, na Inglaterra, embora mantendo um teísmo muito similar ao Rito de York, exige a abertura do L:. da L:. num local determinado e a leitura dos Versículos por um Past-Master com assento no Oriente, ou, na sua falta pelo Ir:. Or:. da Loj:..
Embora nas LLoj:. brasileiras do R:.E:.A:.A:. a abertura do L:. da L:. seja feita no Salmo 133 da (da fraternidade), essa prática não está de acordo com as normas do Rito, pois, no verdadeiro escocesismo, a abertura correta é no Evangelho de São João, lendo-se os versículos 1, 2, 3, 4, e 5 do capítulo I, como segue:
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio jundo deDeus. Tudo foi feito por Ele e sem Ele nada foi feito. nele havia vida e a vida era Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam” .
Esse texto não entra em atrito com nenhuma das religiões maiores pois, é uma verdade monoteísta comum a todas elas; nem mesmo afronta o judaísmo que não aceita o Verbo encarnado com Jesus, mas, apenas o Verbo revelado.
Assim, não pode existir qualquer entrave à correta abertura do L:. da L:. em São João ( no Gr:. de Apr:.), de acordo com o original R:. E:., cujos antigos rituais assim determinam.
A abertura do L:. da L:. no Salmo 133 é um costume originado no Brasil, não tendo similar em qualquer outra parte do mundo em que se pratique o Rito.
Em suma; é uma invenção que alguns afirmam ser desastrosa quanto aquela que fazem os Diáconos nas Grandes Lojas; que devem ficar normalmente em pé sem fazer o pálio, e não cruzarem os bastões durante a abertura do L:. da L:.; essa pratica faz parte do Rito de York, mas, nunca do verdadeiro R:.E:.A:.A:., cuja pureza está se perdendo através dos tempos.
(Já os Diáconos do Gr:. Oriente que também TTrab:. no R:.E:.A:.A:. nem mesmo fazem uso dos bastões, o que também não é bom e tira beleza da parte ritualística.)
“Um Ritual bem executado além de trazer harmonia, sugere respeito paz que une muito mais os IIr:. em torno do progresso da nossa Sublime Ordem.”
(J.Coutinho:.)
Bibliogr: José Castellani/ A Verdade 236/41
Budè – Maçonaria byheart
(Edit. adaptado/J.Coutinho:.)
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