Educação Slideshow — 09 julho 2013
ESALQ – Um legado do filho do Barão.

ESALQ – Escola Superior de Agronomia Luiz de queiroz – Edifício central.

Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz – USP – em Piracicaba no estado de São Paulo – BR :

“Luiz de Queiroz , um homem que amava a terra e sofria com a sorte dos escravos”

Tudo começa com Luiz Antonio seu avô:

“O Brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz, português, nascido em 1746, veio jovem para o Brasil; militar chegando ao posto de coronel até o ano de 1818, quando foi reformado como brigadeiro, vindo a falecer em 30 de maio de 1819”

“Luís Vicente de Sousa Queirós, nasceu em São Paulo-SP, 12 de junho de 1849 — 11 de junho de 1898.”

Luiz Vicente de Souza Queiroz (Luiz de Queiroz) é quinto filho de Luís de Souza Queiroz e de Francisca de Paula Souza, sua prima. São avós paternos Genebra Pais de Barros Leite e o Brigadeiro Luiz Antônio de Souza Queiroz , um dos maiores latifundiários do estado de São Paulo.

(São avós maternos o Senador e Conselheiro do Império Francisco de Paula Souza e Mello e Maria de Barros Leite. A efeméride é registrada na capa da bíblia pertencente à família, por  profunda religiosidade.) Edit./J.Coutinho/texto.ESALQ.

Aos oito anos de idade, o menino Luiz Vicente foi enviado para a Europa em companhia de um irmão mais velho para receber uma educação elevada, como era costume na época. Na Europa, quando jovem, cursou as Escolas de Agricultura de Grignon, na França, e a de Zurique, na Suíça Alemã.

Com a morte de seu pai, Barão de Limeira, em 6 de setembro de 1872, coube a Luiz de Queiroz, entre outros bens, a Fazenda Engenho d’Água, localizada na cidade de Constituição, hoje denominada Piracicaba.

Aos 24 anos de idade, possuidor de uma bela cultura, adquirida com aprimorados cursos na Europa, Luiz de Queiroz, toma posse de sua nova propriedade.

Em (Constituição) Piracicaba, instalou uma fábrica de tecidos “Fábrica de Tecidos Santa Francisca”, nome dado em homenagem à sua mãe. Com 50 teares, a fábrica, logo de início, dá trabalho a 70 operários, tendo a capacidade produtiva de 2.400 metros de pano por dia.

Piracicaba, a essa época, era a terceira cidade da Província de São Paulo em número de escravos (5.339, dos 174.622), superada apenas por Bananal e Campinas. Mas, nas propriedades de Luiz de Queiroz, nunca houve mão de obra escrava. Em seu dinamismo, utilizou o transporte fluvial para sua produção, adquirindo barcos que navegavam pelos rios Piracicaba e Tietê até São Pedro, Dois Córregos e Jaú, na margem direita, e Botucatu e Lençóis, na esquerda.

Aproveitando parte das águas do salto do rio Piracicaba como potencial hidráulico para mover suas máquinas. Em breve, com a fazenda fornecendo o algodão e a fábrica produzindo tecidos, conseguiu apreciável fortuna.

Em 1880 casou-se com Ermelinda Ottoni filha,do Conselheiro e Senador do Império Cristiano Ottoni.

O casal não teve filho, festejando os sobrinhos que os visitavam. Muito rico Luiz de Queiroz nunca abandonou seus auxiliares, para os quais mandou construir uma vila operária, contribuiu com apoio financeiro a todas as obras de benemerência da cidade; penalizou-se com a sorte dos escravos, ajudando os negros foragidos com orientação e dinheiro.

Com suas próprias economias Luiz  de Queiroz mandou arborizar praças e ruas da cidade e também construiu um luxuoso palacete, hoje tombado pela municipalidade (Codepac).

Museu-da-Escola-Superior-de-Agricultura-Luiz-Queiroz-ESALQ-–-USP.-em-Piracicaba-SP.

Luiz de Queiroz, cujo apelido era Lulu, dedicava-se nos momentos de lazer, às plantas, desenvolvimento de parques e jardins e a obras de benemerência. Dona Ermelinda viveu sua existência doando-se às obras pias, ao catecismo e preparação de crianças para a primeira comunhão.

No dia 11 de maio de 1892, a Câmara dos Deputados de São Paulo decidiu promulgar a lei nº 26, pela qual ficava, o Executivo paulista, autorizado a fundar uma escola superior de agricultura e uma de engenharia e a estabelecer, nos lugares que se julgassem apropriados e também dez estações agronômicas com seus respectivos campos experimentais.

Lulu decidiu doar ao governo a sua amada Fazenda São João da Montanha, com todas as benfeitorias existentes, mas com uma condição; no prazo de dez anos, teria que ser concluída e inaugurada a sua sonhada escola.

Luiz de Queiroz, para realizar o sonho viajou para Inglaterra, encomendou a dois arquitetos o projeto para uma Escola Agrícola e Fazenda Modelo, e dos Estados Unidos trouxe um professor de Agricultura e dois arquitetos de nacionalidade espanhola. Ao retornar, pôs mãos a obra: duzentos trabalhadores entregaram-se febrilmente à construção da futura escola. Em 1892, já funcionavam no local duas olarias e uma serraria a vapor, a primeira de gênero na cidade.

Em 1893, após várias tentativas, dotou pioneiramente a cidade do fornecimento de energia elétrica, através de sua usina de força.

O início de suas atividades foi em 1901, como resultado do desprendimento de Luís Vicente de Sousa Queirós. Luiz de Queiroz não viveu para ver seu sonho já que em 11 de junho de 1898, ele morre de repente, em plena atividade.

Luiz de QueirozSeu enterro foi dia 12 de junho, dia do seu aniversário, no Cemitério da Consolação na capital paulista, no jazigo dos Barões de Limeira, à Rua 8, sepultura 38 e 39.

“Junto com a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Escola Politécnica, Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina e Instituto de Educação, a ESALQ Em 1934, foi uma das escolas fundadoras da Universidade de São Paulo”

Em 12 de junho de 1964, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, — o sonho, enfim, realizado, — foi construido um mausoléu defronte o prédio principal, conseguindo a trasladação dos restos mortais de Luiz e Ermelinda Queiroz para o “campus” da ESALQ – o mausoléu foi projetado pelo artista piracicabano Archimedes Dutra, tendo a seguinte inscrição: “A Luiz Vicente de Souza Queiroz… O teu monumento é a tua escola.”

 

(Edit./J.Coutinho:.)

(Edit./J.Coutinho:.)

 

 

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