(Por / Yi Chang:.)
A S U A E S C R I T A E O S E U P O V O
Ainda hoje na China, a escrita com pincel é uma tradição que deve continuar enquanto houver nascimento de crianças chinesas.
Bem antes da existência do lápis da caneta e outros meios para que o povo chinês pudessem se expressar através da escrita, o meio mais natural e comum de se escrever era com o uso do Pincel artesanal, esse pincel tem o nome de Moabi, chineses mesmo radicados fora da China, continuam com a tradição de fazer à cada criança recém-nascida o seu próprio Maobi, que consiste em utilizar o primeiro corte de cabelo dos bebezinhos, e com aqueles fios bem fininhos amarrá-los a um pedaço de bambu, com muto carinho e muito capricho, que certamente será utilizado; e assim a tradição permanecerá.
Caligrafia chinesa:
Origens :
Segundo as lendas chinesas, o historiógrafo Cangjie foi o responsável por traçar os primeiros caracteres, inspirados em forma da natureza, como a Lua em suas diversas fases, os pássaros e outros animais. Seria a descoberta, pelos homens, de um segredo dos deuses. O personagem, no entanto, relatado na forma de lendas é endossado por documentos históricos e pesquisas arqueológicas, que apontam Cangjie como iniciador no estudo e na organização dos caracteres chineses.
Com origem de cinco mil anos de existência, sua invenção e aprimoramento contribuíram bastante para o enriquecimento da cultura da China.
Os primeiros caracteres chineses conhecidos são as inscrições oraculares gravadas em ossos de animais datadas do reino Shang, há mais de 3000 anos. A dinastia Shang foi a segunda dinastia chinesa (depois da Xia) e também um influente estado (no qual o registo mais antigo do passado da China foi escrito, possivelmente no século XIII a.C. na forma de inscrições divinatórias em ossos ou carapaças de animais), segundo a tradição chinesa começou em 1766 e acabou em 1122 a.C. Os Shang já eram poderosos antes de suplantarem a dinastia Xia e coexistiram com a Zhou e a Xia.
- Tradicionalmente os caracteres são divididos em seis categorias diferentes. (六書 liùshū“seis tipos de escrita”). Saliente-se que apenas uma pequena percentagem dos sinogramas cabem dentro das quatro primeiras categorias.
- Pictogramas. 象形 xiàng xíng, “imitação da forma”. Imagens estilizadas dos objectos que representam. São exemplos de pictogramas: 木 mù, “árvore”, reproduz a forma desta; 人 rén, “ser humano”, evoca uma pessoa; 水 shuǐ, “água”, imita as águas sempre em movimento de um rio; 山shān, “montanha”, faz lembrar os contornos de uma serra. São também exemplos de pictogramas 日 rì (“sol”, “dia”) e 月 yuè (“lua”, “mês”). Na origem da estilização de muitos caracteres está o fato de se ter começado a escrever com pincel, com o qual é mais fácil traçar pontos e linhas direitas ou em ângulo do que formas redondas. É o caso de “sol”, que nas inscrições em osso datadas dos séculos XIV–XI a.C. era representado como um círculo com um ponto no centro: ☉.
- Ideogramas. 指事 zhǐ shì, “indicação”. Expressam uma ideia abstracta através de uma forma simbólica ou alteração dos pictogramas. Exemplos: 下 xià, “em baixo”; 一 yī “um”; 本 běn, “raiz”, obtido destacando a raiz de uma árvore (木 mù) com um traço; 刃 rèn, “fio, gume”, obtido colocando um traço no fio da faca, cujo carácter é 刀 dāo.
- Ideogramas compostos. 會意 huì yì, “significado conjunto”. Combinação de dois ou mais pictogramas ou ideogramas indicando um terceiro significado. Assim, duplicando o carácter 木, temos 林 lín, “bosque” e triplicando-o, 森 sēn, “floresta”. Como os caracteres tenderam a ficar cada vez mais estilizados, um ou mais dos componentes foram muitas vezes abreviados ou comprimidos. Por exemplo, 人 foi reduzido para 亻e 水 para 氵. “Descansar” é representado com um homem encostado a uma árvore: 人+木 = 休 xiū
- Empréstimos fonéticos. 假借 jiǎjiè “empréstimo”. Caracteres “emprestados” para indicarem uma homofonia ou uma quase-homofonia. É o caso de 來, que originalmente era o pictograma de trigo, pronunciado *mlək “wheat”.
- Em chinês antigo, esta pronúncia
- era semelhante *mlək “vir”, pelo que 來 designava também este verbo. Com o tempo, este carácter passou a designar apenas a palavra mais comum, “vir” (cuja pronúncia atual é lai), e combinando 來 com o radical 又 yòu, “outra vez”, foi criado um novo carácter para “trigo” 麥, que atualmente se pronuncia mài.
- Caracteres semântico-fonéticos. 形聲 xíng shēng “forma e som “. O tipo mais comum de caracteres (80% a 90%, dependendo dos autores). Constituídos por dois ou mais elementos: o elemento fonético, que indica a pronúncia aproximada, e um elemento semântico, indicativo do significado, denominado radical. Por exemplo, em 河 hé “,rio” e 湖 hú “lago”, os três traços à esquerda são o pictograma simplificado para rio, enquanto à direita se encontra o elemento fonético. Combinando 氵 “água” e 木 mù obtém-se 沐 mù, “lavar o cabelo”. Porém, com a evolução da língua, há muitos caracteres onde este elemento já não tem qualquer correspondência com a realização fonética. Este método é muito produtivo para a criação de novos caracteres. Os nomes de muitos dos elementos da tabela periódica são formados desta maneira. 钚 bù, “plutónio”, é constituído pelo radical para “metal”, 金 jīn, e pelo componente fonético 不 bù (“não”), ou, tal como se descreve em chinês, “不 dá o som e 金 dá o significado”.
- O sexto tipo são os cognatos derivativos, 轉注 zhuǎn zhù “significado recíproco”. Esta classe de sinogramas tem um valor meramente histórico e é o mais obscuro dos princípios liushu de criação de caracteres. Refere-se a caracteres com significado semelhante e, por vezes, a mesma raiz etimológica mas que acabaram por divergir tanto na pronúncia como no significado. Como exemplo mais citado temos 老 lǎo “velho” e 考 kǎo “fazer um exame”, que partilham a mesma raiz etimológica (aproximadamente *klao), diferindo apenas num dos seus constituintes.
O número total de sinogramas é difícil de calcular. O maior dicionário, 康熙字典 Zhonghua Zihai (1994), contém mais de 85.000, se bem que este número seja excessivo, devido à inclusão de variantes raramente usadas e de caracteres obscuros. O dicionário de Kangxi (1761) contém pouco mais de metade disso: 47.000. Todavia, não é preciso conhecer um número sequer aproximado deste: a plena literacia requer apenas o conhecimento de três a quatro mil caracteres e o conhecimento de mil caracteres permite compreender a maior parte
Edit./ Yì Chang
Veja aula de Mandarim com a profª yuan aiping
Yì Chang
Relacionadas
São João de Jerusalém o Esmoler
janeiro 11, 2024Tiradentes morreu em Paris?
janeiro 11, 2024Tronco de Solidariedade…
janeiro 04, 2024Hipócrates e a “Receita de Saúde”
junho 25, 2020Simón Bolívar juramento de heroi
junho 25, 2020Adonhiramita – o mais próximo do ideal
novembro 03, 2018Um quinto para abolição propõe, a Maçonaria.
maio 09, 2018Hoje há sessão, a sua presença é importante!
abril 18, 2018Os Antigos Landmarks da Ordem
junho 21, 2017Tiradentes maçom não Iniciado.
abril 25, 2017Compartilhar
Sobre o Autor
(0) Comentários