Ciência Economia — 12 fevereiro 2013

Startup brasileira de tecnologia criou o aplicativo oficial usado na cerimônia de posse do presidente americano.

Enquanto o mundo acompanhou na segunda-feira, 21, a cerimônia de posse do presidente americano Barack Obama, um grupo de jovens em São Paulo ficou especialmente preocupado para que nada saisse do script. Os brasileiros da startup I.ndigo passaram o Natal e o Ano Novo desenvolvendo o aplicativo (app) oficial do evento para celular e tablet, encomendado pelo Partido Democrata. “Passamos semanas saindo do escritório de madrugada para deixar tudo pronto a tempo”, diz Edmar Miyake, sócio e cofundador da I.ndigo.

Quem baixou o app Inaugural 2013 encontrou instituições perto de casa para servir como voluntário no último sábado (uma homenagem ao Dia de Martin Luther King) acompanhou, ao vivo, o desfile do presidente pela Pennsylvania Avenue até a Casa Branca. Esse é o segundo grande evento de repercussão global para o qual o time da I.ndigo trabalhou.

O primeiro foi o casamento de Kate Middleton com o príncipe William, da família real britânica, que aconteceu há quase dois anos. No dia da cerimônia, mais de 500 mil pessoas usaram o app RoyalWedding, que ficou entre os 20 mais baixados na loja da Apple apenas dois dias após o lançamento. “Não tínhamos ideia da dimensão que isso teria”, diz Danilo Toledo, sócio da I.ndigo.

Mas o que fez um grupo de garotos brasileiros (os mais velhos acabaram de completar 30 anos) conquistar a cobertura de dois eventos dessas proporções? Parte da explicação está na relação construída entre a startup e a gigante americana de telefonia AT&T. Desde 2010, a I.ndigo presta serviços no desenvolvimento de apps para a operadora, que, por sua vez, oferece os aplicativos a clientes como a rede de TV NBC, que encomendou o app do casamento real.

O caso da liga de basquete NBA ilustra a estratégia da AT&T. A operadora queria vender sua rede Wi-Fi para uso nos estádios e ofereceu como serviço extra um aplicativo criado pela I.ndigo. O programa permitiria ao usuário comprar ingressos e pedir comida durante o jogo sem sair de seu assento. O projeto acabou não sendo adotado pela liga, mas foi aproveitado pelos times de futebol americano das universidades de Stanford e Penn State.

As criações da I.ndigo funcionam como uma espécie de apoio às vendas da At&T: os garotos brasileiros são contratados para gerar ideias de apps que podem ser interessantes para clientes prospectados pela operadora.

Há ainda outros braços de atuação da I.ndigo. Hoje, metade de sua receita vem de empresas brasileiras. Um exemplo é o Banco Safra, para o qual a startup desenvolveu um app para os correntistas acessarem as informações de suas contas. O Santander, em um contrato diferente, paga a empresa por sugestões de apps que possam alavancar negócios do banco. É o que os jovens da I.ndigo chamam de “fábrica de ideias”. Em 2012, eles criaram seis projetos, três devem ser implementados neste ano.

Mid/News/Edit. Janes William S. Coutinho Correia

 

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