Economia Esporte — 10 fevereiro 2013

 

Ferrai F 12 berlinetta, brinquedo de gente grande…

Há pouco mais de uma década, quando se pensava na China, a imagem de ciclistas pedalando por ruas estreitas ao longo de muros avermelhados vinha quase que de maneira espontânea à mente. Hoje ainda é possível observar algumas bicicletas, no entanto, tais ruas estreitas tornaram-se grandes avenidas e são ocupadas em sua maioria por Ferraris, Lamborghinis, Bugattis, Rolls-Royces e Mercedes.

O aumento do poder aquisitivo da sociedade chinesa e a relativa abertura econômica da potência comunista têm causado uma verdadeira revolução cultural. A acessibilidade a produtos ocidentais, até então praticamente desconhecidos, desencadeou uma verdadeira febre consumista no país. Em 2011, a emergente população chinesa foi inclusive a que mais adquiriu carros das marcas Lamborghini e Rolls-Royce.

O sucesso de vendas tem sido tão estrondoso que a Rolls-Royce desenvolveu um modelo especial em homenagem ao “Ano Novo do Dragão”, que acontece no próximo dia 23 de janeiro. A edição limitada, que custa a partir de 1,6 milhão de dólares (aproximadamente 2,97 milhões de reais), conta com assentos de couro e dragões bordados à mão. Mas não é só no setor dos transportes que a China tem sido líder nos últimos anos: a venda de produtos da marca italiana Gucci cresceram 39% na primeira metade de 2011, enquanto na Bottega Veneta o crescimento foi de 80%.

O consumo de produtos de luxo e o status que eles trazem criaram uma mudança de hábitos e até uma distorção de valores em muitos chineses: como contado recentemente pelo FFW, é possível encontrar entre os itens mais vendidos em lojas online sacolas de papel que falsificam os logos de grandes grifes, como Louis Vuitton, Chanel e Gucci. De acordo com o jornal “Los Angeles Times”, não é possível nem mesmo calcular o gasto médio da população chinesa com produtos “dispensáveis”, já que os mais ricos costumam comprar muito no exterior, em ordem de evitar os altos impostos do país (que chegam a adicionar quase 60% ao valor original do bem).

Segundo a empresa de consultoria McKinsey & Co., já em 2015 a China passará o Japão, atual “líder”, em número de consumidores de marcas de luxo. Apesar de toda essa febre, os representantes do Partido Comunista Chinês não estão completamente satisfeitos e vivem uma relação de amor e ódio com o mercado: o termo “luxo” é banido das campanhas publicitárias e nomes de empresas: “O governo sabe que os itens de luxo são acessíveis somente a uma pequena parcela da população. Eles não querem criar uma sensação de desarmonia entre o povo”, sentencia Ouyang Kun, diretor da empresa “World Luxury Assn”.

Quem acredita que o fenômeno só tem ocorrido em Pequim se engana: na província de Chongqing, por exemplo, é possível encontrar uma flagship de cinco andares da Louis Vuitton inaugurada em setembro passado, além de lojas de outros nomes de peso como Gucci e Tod’s. O curioso é que boa parte destes novos consumidores enriqueceu a partir da venda de produtos baratos, confeccionados em larga escala e vendidos internacionalmente com o selo “made in China”. Para seu próprio uso, no entanto, eles só querem o melhor…e o mais caro.

saiba mais em:

http://www.ferrari.com/english/about_ferrari/ferrari_today/Pages/ferrari_today.aspx

Mid./Edit.

 

 

Yi  Chan

 

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